O post profético de Mark Zuckerberg
O Facebook acessa as câmeras do iPhone enquanto os usuários navegam pelo feed. Mas, calma: trata-se de um bug já confirmado pela empresa. Um dos alertas partiu de Joshua Maddux, que tuitou uma gravação de sua tela comprovando o problema. Dias antes, outros usuários também haviam percebido e considerado a situação um pouco preocupante.
A descoberta reforça a crença de que a empresa monitora muita coisa dos usuários. Em 2016, uma foto postada pelo fundador da rede social, Mark Zuckerberg, chamou atenção: o notebook pessoal dele estava com a lente da câmera coberta por uma fita adesiva. “Se o próprio criador toma esse cuidado, imagine os usuários”, pensou a comunidade.
E não é que o post profético tinha razão? Cada vez mais temos indícios que estamos sendo monitorados por câmeras acionadas por nossos próprios aplicativos.
O Facebook admite que o problema apareceu na versão mais recente do iOS. Segundo um porta-voz, o bug leva o aplicativo a acessar a câmera quando os usuários tocam em fotos. Mas ele garantiu que não há evidências de upload de fotos ou vídeos devido a esse erro. Além disso, o Facebook garantiu que a correção já está a caminho da AppStore.
Aliás, é possível que enquanto você lê este texto o problema já tenha sido resolvido. Mas isso importa menos do que o significado da descoberta. Há tempos a comunidade desconfia que os sistemas do Facebook escutam os usuários pelo microfone dos smartphones, para uso na publicidade (direcionando anúncios conforme a rotina de cada um).
Casos curiosos foram relatados, como o usuário que cogitou (em voz alta) ter um gato e foi brindado com anúncio de comida para o animal. A empresa nega essa teoria. Supostamente, a precisão dos anúncios para os mais de 1,6 bilhão de usuários é graças aos dados armazenados a partir das interações e navegação de cada um.
Em artigo, o The Guardian, da Inglaterra, afirma que as preocupações dos usuários são legítimas, já que a empresa frequentemente é vista em situações controversas de privacidade. A publicação lembra da violação de dados do Cambridge Analytica e um hack de mais de 50 milhões de contas.
Ainda segundo o Guardian, o bug descoberto desta vez não deve preocupar os usuários. Chris morales, chefe de análise de segurança da empresa Vectra, do Vale do Silício, explicou ao Guardian que trata-se de uma falha inofensiva e que não viola dados pessoais ou de privacidade.
De qualquer forma, o sinal de alerta toca mais alto depois de uma descoberta dessas.