BRJS2017: Confira como foram as palestras da tarde do primeiro dia
Palestrando pela segunda vez na BrazilJS, Jean Carlo Emer (@jcemer) falou sobre Types and Immutability: why you should care. Ele disse que esse é “o assunto mais relevante do momento”, e ainda alertou: JS é uma linguagem dinâmica e fracamente tipada.
– Tipos sempre foram uma dor de cabeça em JS – afirmou, antes de apresentar códigos demonstrando a aplicação dos tipos e erros mais comuns.
Conforme Emer, o sistema de tipos nada mais é do que um sistema de comunicação. E mais do que comunicar, ele substitui comunicações que deveriam ser feitas entre os envolvidos em um projeto. Além disso, disse Emer, todas as primitivas de JS são imutáveis. Mas os objetos são todos mutáveis.
– Então como equacionar? Testar muito cada componente e todos os descendentes. Renderizar novamente – explicou.
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Sobre imutabilidade, o aficionado por ciência disse que esse é um paradigma muito legal e que não há problema em se criar código com essa característica.
– Se alguma coisa muito profunda na minha base de dados mudar, não afeta o código. A ideia da palestra é mostrar que existem linguagens de valores imutáveis. Várias linguagens que compilam para JavaScript já trazem esse paradigma. Difícil prever se JS vai ser mutável ou não. Difícil saber se vai ter uma linguagem que compila pra JS tão popular quanto foi coffeescript e deixou de ser – finalizou.
Isabella Silveira Na sequência das apresentações foi a vez de Isabella Silveira (@silveira_bells) falar sobre Projetando interfaces inteligentes: Machine Learning como ferramenta de personalização. A web engeenir contou que até 2020 se espera que existam cerca de 40.900 exabytes de dados na rede. E se hoje já não temos programadores em número suficiente para analisar o volume de informações, esse crescimento exponencial e infinito não nos deixa outra opção: teremos de recorrer mais e mais às máquinas para trabalharmos de forma mais rápida e eficiente.
Por isso, Isabella destacou a necessidade de se programar as máquinas com algoritmos que permitam que estas aprendam de forma inteligente, sendo capazes de tirar conclusões desse oceano de dados de forma automatizada. E esse é uma das razões de termos que abastecer nossos sistemas com o máximo de informações úteis, que qualifiquem e nos ajudem a entender quem é o usuário para quem estamos trabalhando.
Isabella diz que é preciso “cinco baldes de paciência”, além de amor e carinho a gosto, para se conseguir bons resultados. Mas, né, não é assim mesmo nesse mundo?
– Machine learning está no nosso alcance. Personalização é algo que a gente já espera. A tendência é que se tornem cada vez mais acessíveis. E deve aumentar a procura por profissionais de data science. Machine learning revolucionará a tecnologia como a conhecemos – disse.
Artur Diniz Logo a seguir, foi a vez do jovem professor Artur Diniz (@artdiniz) dar uma aula de como se aprende ensinando. Com Ensinando JS para aprender JS, ele começou indagando:
– O que ensinar? – perguntou o cara. – O que escolher para um curso em uma área que muda tão rápido?
Art, como é chamado, afirmou que não dá para abranger tudo em uma aula. Isso, contudo, não significa que o professor terá uma vida mais tranquila. Afinal, ele PRECISA estar por dentro do tudo. E só depois de dominar o conteúdo e de conhecer as novidades, e contando com a ajuda dos alunos, é que terá condições (e confiança) para selecionar aquilo que vai direcionar o ensino.
– Ensinar não precisa ser uma coisa épica. Pode ser mais rotineiro do que se imagina – afirmou o professor.
Matheus Fernandes Matheus Fernandes entrou no palco a seguir e falou sobre Composing the cloud e mostrar como utilizar Microservices para realizar tarefas múltiplas, gastando menos em casos de necessidade de se escalar algum componente, e obtendo mais eficiência do que se fosse tudo parte de um componente monolítico.
Como exemplo, ele relembrou o caso da interrupção dos serviços do Whatsapp no Brasil. Isso fez com que, em um dia, 5,7 milhões de pessoas se registrassem no Telegram. Em uma aplicação monolítica, isso travaria o sistema e haveria necessidade de se gastar mais para se tentar manter tudo funcionando, já que todo o bloco de aplicações deveria ser escalado. Com Microservices, por outro lado, não haveria necessidade de se escalar um componente gigante, apenas aquele responsável pelos novos registros de usuários, que era o mais acessado. Isso custaria menos e seria resolvido com muito mais eficiência.
Elia Maino e Willian Martins Abrindo a parte final do evento, Elia Maino (@EliWolf974) e Willian Martins (@wmsbill)(Web Assembly – the journey) deram uma aula não apenas sobre como se aprende muito durante o desenvolvimento de projetos (ainda que alguns falhem), mas também sobre a importância de se estar aberto ao conhecimento dos colegas, independentemente do nível. Willian, Senior FrontEnd engineer, destacou o quão importante foi a participação de Elia, Software Developer Junior, para que encontrasse as respostas que estava procurando e, enfim, se sentisse o rumo certo.
– Mais importante que os resultados é a jornada. E é muito importante juniores e sêniores trabalharem juntos, aprendendo um com o outro – afirmou Willian.
Gabriel Engel Gabriel Engel (@gabriel_engel) tomou conta do palco logo depois. Literalmente. O título da fala já era promissor: Como um projeto JS Open Source se transformou em uma empresa de 60 milhões de reais. Todos na plateia queriam saber os segredos da Rocket.Chat. E Gabriel trouxe não só informações sobre o que aconteceu durante o caminho, mas também nos contou uma série de histórias que recheariam um filme ou um livro que, certamente, seriam best-sellers com facilidade.
Engel, que por conta do projeto acabou conhecendo o “midas” Harry Weller, citou uma frase que esse lhe disse: “Você precisa fazer algo pelo que está apaixonado”. Esse parece ter sido o motivo pelo qual o Rocket.Chat se tornou um sucesso. Além da ajuda da comunidade open source, claro, ter uma equipe apaixonada por trás, capaz de sustentar um projeto mesmo quando parecia loucura, fez toda a diferença. Sorte de Fortaleza que ainda vai escutar essa história!
Guilherme Rodrigues Guilherme Rodrigues, da VTEX, entrou a seguir e disse que não poderia ter sido antecedido por uma palestra melhor, pois também falaria sobre quebra de paradigmas – assim como a Rocket.Chat fez em sua trajetória. O desenvolvedor de software, apaixonado por construir ferramentas simples que tornem a vida dos usuários mais produtivas e felizes, falou sobre Continuous Production e explicou sobre Serverless, e disse que isso também é uma quebra de paradigma, falando à plateia sobre o impacto dessa revolução, algo também conectado ao que André Staltz já havia falado.
Zeno Rocha Para encerrar o dia, uma palestra que enchia a plateia de curiosidade. Zeno Rocha (@zenorocha) falaria sobre Estoicismo e JavaScript. Teve gente que saiu antes de começar, possivelmente assustada com o tema. Quem ficou assistiu a uma palestra leve, descontraída, que começou com o ministrante falando sobre a origem do próprio nome e como isso o levou a procurar por outros Zenos e, como consequência, o levou até o estoicismo.
E isso, explica, acabou influenciando sua carreira. Assim, ao mesmo tempo em que estudava duro para dominar HTML5 e JS, Zeno pensava em frases como “todo futuro é incerto. A única coisa a fazer é viver o agora” ou “sofremos muito mais em imaginação do que na realidade”, de pensadores que trouxeram os conceitos de estoicismo até os dias de hoje (Sêneca, Marco Aurélio e Epiteto). E trazendo isso para o mundo da tecnologia, pegando também o gancho da Rocket.Chat, ele citou:
– Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade – disse o palestrante. – Quer investir em uma ideia? Quer trocar de emprego? O que falta? A única coisa que impede você de alcançar alguma coisa é você mesmo – encerrou.